AAV: Mais dois passos…

#reportagem: Arbitragem de vídeo dá mais dois passos importantes no futebol. Um deles no Brasil

A arbitragem de vídeo está ganhando espaço no futebol em ritmo muito acelerado, para desgosto de quem ainda torce o nariz para ela – e não é pouca gente. Nesta semana, duas notícias reforçaram a sensação de que o uso da tecnologia para ajudar os árbitros é um caminho sem volta no esporte mais popular do mundo: a final do Campeonato Pernambucano, neste fim de semana, terá o primeiro teste oficial do novo sistema no Brasil e o Campeonato Português adotará a arbitragem de vídeo em definitivo na próxima temporada.

O jogo entre Sport e Salgueiro, domingo, na Ilha do Retiro, será histórico para o futebol brasileiro. Pela primeira vez uma partida oficial contará com o que a Fifa chama de VAR (árbitro auxiliar de vídeo, na sigla em inglês), que consiste no seguinte: em uma cabine instalada nas proximidades do estádio, um árbitro tem à sua disposição vários monitores de tevê com imagens da partida em diversos ângulos. Ele fica em comunicação direta com o juiz da partida, e tem a missão de avisá-lo sempre que este se equivocar em uma decisão, ou quando algo importante escapar à sua visão.

O uso do VAR no Recife será feito em caráter de teste, e terá a supervisão do International Board, órgão que é o guardião das regras do futebol. Segundo a CBF, a utilização da tecnologia seguirá o lema “mínima interferência, máximo benefício”, que, na prática, significa que o árbitro de vídeo deverá entrar em ação apenas em lances que possam mudar o rumo da partida, como um pênalti, um impedimento ou uma expulsão. Exemplo: o juiz marca um pênalti e o árbitro de vídeo, ao rever a jogada em vários ângulos, conclui que não houve a falta. Em seguida, o juiz é informado de seu equívoco e anula a marcação.

É um sistema bem diferente do que é aplicado em outros esportes, como tênis, vôlei e futebol americano, em que um jogador ou um técnico pede a revisão de uma jogada duvidosa. A aposta do International Board é que no futebol a tecnologia será usada de maneira mais ágil, sem quebrar demais o ritmo do jogo.

PORTUGAL ADIANTADO

Em matéria de tecnologia de arbitragem, Portugal está um passo adiante do Brasil – e de quase todos os demais países da Europa, onde o sistema só é usado atualmente na Holanda. Na próxima temporada, o Campeonato Português terá o VAR em todas as suas 306 partidas, ao custo total de aproximadamente 600 mil euros (R$ 2,1 milhões).

Em cada jogo, haverá um caminhão nas proximidades do estádio com uma cabine cheia de monitores, onde vai trabalhar o árbitro responsável pelo VAR. A ideia da Federação Portuguesa de Futebol é ter uma central de vídeo em sua sede, um moderno complexo inaugurado nas proximidades de Lisboa há dois anos. É assim que funciona nas principais ligas dos Estados Unidos. Para isso, no entanto, será necessário que todos os estádios do país possuam fibra ótica, o que ainda vai demorar um pouco para ocorrer.

O mecanismo será o mesmo do teste deste fim de semana em Pernambuco, também seguindo o lema do “mínima interferência, máximo benefício”. Segundo o árbitro português Hugo Miguel, que recentemente apitou um jogo em que o VAR foi usado (entre as seleções sub-21 de Itália e Dinamarca), seus colegas não têm motivos para temer a novidade. “Foi uma maior confiança saber que havia alguém observando o jogo e que a qualquer momento poderia me dar informações úteis, que teriam impacto decisivo sobre a partida”, relatou Miguel. “Sempre que o árbitro de vídeo falar, a prioridade deve ser dada a ele, pois o árbitro pode confiar nas informações que recebe. Mas o árbitro também pode consultar as imagens no campo.”

Em vídeo divulgado pela Federação Portuguesa de Futebol, o árbitro Hugo Miguel explica o funcionamento do VAR

http://chuteirafc.cartacapital.com.br/reportagem-arbitragem-de-video-brasil/

 

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Uso de árbitro de vídeo em PE…

… é visto com sucesso, mas há alerta: ‘Há muito a evoluir’

Federação Pernambucana e CBF valorizam acerto no auxílio ao árbitro José Woshington, que assinalou pênalti no empate em 1 a 1 entre Salgueiro e Sport. Porém, demora é vista como ponto fraco

Vinícius Faustini – 08/05/2017 – 12:16 – Recife (PE)

A sensação de que foi dado um bom passo rumo à entrada da tecnologia dos gramados marcou a utilização do árbitro de vídeo no jogo de ida da final do Campeonato Pernambucano. Em entrevista ao LANCE! nesta segunda-feira, o presidente da Federação Pernambucana de Futebol (FPF), Evandro Carvalho, disse que o sucesso no auxílio para confirmar o pênalti a favor do Salgueiro (no empate em 1 a 1 com o Sport) contribuirá para o futebol:

– A atitude foi fundamental para ajudar a definir como será utilizada a arbitragem de vídeo, que tende a ser um divisor de águas no nosso futebol. Este recurso contribuirá para que erros gravíssimos sejam evitados no futuro. É evidente que ontem foi um primeiro experimento, marcado por muita preocupação e com um grande aparato da Fifa, Conmebol, CBF, o que rendeu uma demora na decisão. Mas temos certeza de que, com o passar do tempo, as decisões serão mais rápidas, e tudo vai evoluir.

O dirigente minimizou a demora pela solução da decisão do árbitro José Woshington (foram seis minutos até o pênalti ser confirmado). Segundo Evandro Carvalho, a prioridade de todos era pelo acerto no caso:

– Temos de relativizar esta questão. Como se tratava de uma final, a preocupação não foi com o tempo, e sim com o acerto. Era um lance muito difícil para confirmar sem a ajuda da tecnologia. O importante foi que decidimos em conjunto, e o lance foi assinalado de maneira correta.

SERAPIÃO DESTACA USO DO RECURSO, MAS FAZ RESSALVAS

Ao LANCE!, o presidente da Escola Nacional de Árbitros, Manoel Serapião Filho, também disse que o tempo até a decisão do árbitro foi longe do ideal. Porém, também crê que este período seja minimizado com o decorrer da utilização do recurso do vídeo:

– Nós temos consciência de que foi necessário muito tempo para chegar à decisão. Mas isto é um processo que tende a melhorar com o passar do uso da arbitragem de vídeo. Com condições melhores, e os árbitros mais acostumados ao recurso, a tendência é reduzir esta demora.

Serapião ainda detalhou como foi a atuação da arbitragem de vídeo no auxílio a José Woshington:

– Arbitragem funcionou dentro do protocolo. Era um lance de interpretação no qual o árbitro não teve 100% de segurança, e manifestou a intenção de analisar o vídeo para tirar sua dúvida. Permitimos, deixando claro que não poderíamos emitir opinião.

http://www.lance.com.br/futebol-nacional/uso-arbitro-video-visto-com-sucesso-mas-alerta-muito-evoluir.html

Associações de árbitros aprovam…

Jogo no Pernambucano foi definido com o auxílio da nova tecnologia.

Árbitro de vídeo auxiliou o de campo no primeiro teste do futebol brasileiro | Foto: Fernando Torres / CBF / Divulgação / CP

Associações de árbitros que acompanharam o primeiro teste da história do futebol brasileiro com a utilização do recurso vídeo para auxiliar a arbitragem aprovaram com ressalvas a tecnologia. Empregada pela primeira vez no país, no jogo entre Sport e Salgueiro, na primeira decisão do pernambucano, a partida foi definida por uma cobrança de pênalti que teve o árbitro de vídeo como protagonista.

Aos 48 minutos do segundo tempo, José Woshington da Silva (árbitro principal) indicou pênalti para o Salgueiro. Neste momento, Fabrício Sales (assistente 2) sugeriu pelo rádio que a jogada fosse revista, pois tratava-se de uma grande decisão. O árbitro, então, fez o sinal em forma de tela, gesto previsto pelo protocolo para indicar que haveria a revisão.

Dentro da unidade móvel, o árbitro de vídeo Péricles Bassols (CBF/PE), por intermédio do operador, apresentou a Woshington o lance pedido por ângulos. Como não era uma questão inequívoca para nenhum dos lados (foi ou não pênalti), a marcação dependia da interpretação do árbitro principal. Ele conferiu o replay no monitor disponível ao lado do gramado – no tempo normal do movimento e em câmera lenta – e confirmou a penalidade.

 

“De acordo com o protocolo aprovado pela FIFA, o árbitro de vídeo só deve interferir, indicando que a marcação precisa de mudança, quando o lance não depende de interpretação, ou seja, fica nítido que o árbitro principal, de campo, está cometendo um erro. Como as imagens não nos mostraram isso, reforcei para o Zé (José Woshington) que ele próprio deveria olhar os replays no campo e checar. Fez isso e manteve o pênalti”, revelou Bassols.

O chefe do Departamento de Arbitragem da CBF e coordenador do projeto do árbitro de vídeo no Brasil, Sérgio Corrêa, elogiou a postura dos seus comandados no jogo e a tecnologia. “Não seria fácil atuar em um jogo desses, uma final de campeonato, sabendo que tratava-se de um dia histórico para o futebol brasileiro e mundial. Tanto a equipe de campo, quanto a da unidade móvel, atuaram dentro do protocolo e isso nos traz muita satisfação, pois é uma ideia que nasceu no Brasil”, declarou Corrêa.

“A equipe seguiu o protocolo e atuou, exatamente, como determinado pelos procedimentos acordados. Precisamos ajustar alguns elementos, como o tempo levado para a revisão, mas o que vi nos deixa muito satisfeitos com a demonstração do Brasil” afirmou o chefe do Setor de Futebol do International Football Association Board (IFAB), Dirk Schlemmer.

Durante o jogo, Péricles Bassols reviu vários lances no centro de vídeo, como saídas de bola pela linha de fundo e lateral, impedimentos e falta na entrada da área, entre outros. Porém, nenhum, independentemente de certas ou erradas, mereceu intervenção direta porque não terminou em gol.

“Estamos há dois anos no esforço contínuo para possibilitar a realização de hoje (domingo). Sabemos que ajustes são necessários, que a evolução é gradativa, mas não dá para esconder o orgulho pelo ineditismo do futebol brasileiro”, destacou Manoel Serapião Filho, instrutor e autor do projeto.

A proposta brasileira, e incorporada pela IFAB, aponta que o árbitro de vídeo não atua em todas as dúvidas surgidas em campo. As informações são passadas ao árbitro principal em quatro situações:

– Foi gol / Não foi gol

– Foi pênalti / Não foi pênalti

– Cartão vermelho direto indevido

– Identificação errada do jogador punido

Na terça-feira, a equipe que trabalhou na primeira final do Pernambucano se reúne no Rio de Janeiro para nova análise de todas as fases do processo executado antes, durante e depois do evento.

http://www.correiodopovo.com.br/Esportes/Futebol/2017/5/617118/Associacoes-de-arbitros-aprovam-primeiro-teste-com-recurso-de-video-no-Brasil

Experiência positiva

Arbitragem demorou quase seis minutos para dar veredicto

Arbitragem demorou quase seis minutos para dar veredictoFoto: Paullo Allmeida

O pênalti marcado a favor do Salgueiro no primeiro jogo da final do Campeonato Pernambucano, contra o Sport, no último domingo, gerou polêmica. Não só pelo lance duvidoso, mas também porque, na primeira vez em que o público brasileiro viu de perto o auxílio do recurso de vídeo, a demora predominou. Foram quase seis minutos entre o momento da paralisação da partida feita pelo árbitro José Woshington da Silva até a confirmação da penalidade máxima após consultar o auxiliar de vídeo Péricles Bassols. Porém, para a Federação Pernambucana de Futebol (FPF), a experiência inédita acabou sendo positiva.

“Era esperada a demora porque foi a primeira utilização da tecnologia integrada, online e offline. Além disso, foram muitas pessoas avaliando o lance. Além do árbitro tinham os dois executivos da CBF”, disse Evandro Carvalho, presidente da FPF. “Por ser a primeira vez, teve esse excesso de cautela. Mas é normal”, completou. A novidade acabou passando pelos mesmos questionamentos no Mundial de Clubes da Fifa, em que as jogadas duvidosas demoravam a serem avaliadas.

A utilização do recurso foi inédita em partidas oficiais no Brasil. Porém, a experiência faz parte de uma série de testes da Fifa para que seja implantado, futuramente, nos torneios mais importantes pelo mundo. Além do Campeonato Pernambucano, o “AV” foi utilizado também na Europa, no ano passado.

Em setembro de 2016, na partida Ajax x Willem II, válida pela Copa da Holanda, o árbitro Danny Makkelie mudou sua decisão após avaliação por vídeo. Ele havia dado um cartão amarelo para o jogador Anouar Kali, do Willem, por uma entrada dura em Schone, do Ajax. Porém, menos de um minuto após o lance ocorrer, Makkelie foi chamado pelo árbitro de vídeo Pol van Boekel, que avaliou o lance como sendo mais duro, e sugerindo o cartão vermelho, que foi aplicado.

A ajuda do vídeo foi usada na aplicação de cartões, mas também serve para avaliar outras três situações: se foi gol ou não, se foi pênalti ou não (caso de Sport x Salgueiro) ou se houve identificação equivocada de jogador na aplicação de cartão.

Depois da estreia em Pernambuco, o auxílio de tecnologia na arbitragem poderá ter um retorno próximo. A ideia é que o dispositivo volte à cena no segundo jogo da final do Estadual, em Salgueiro. A volta, que acontece apenas no dia 18 de junho, deve contar com a revisão de jogadas. “Fizemos a solicitação para os dois jogos do Pernambucano, mas tem o custo e a questão operacional de ser em Salgueiro”, disse Evandro.

Com rapidez ou tendo muito o que aperfeiçoar, o impacto da tecnologia no futebol é visto com bons olhos. “Acho que isso vai revolucionar o futebol. Vai existir um ‘antes do vídeo’ e ‘depois do vídeo’ com esta tecnologia”, encerrou o presidente.

http://www.folhape.com.br/esportes/mais-esportes/futebol/2017/05/09/NWS,26853,68,551,ESPORTES,2191-PARA-FPF-EXPERIENCIA-COM-ARBITRO-VIDEO-FOI-POSITIVA.aspx

Na estreia, árbitro de vídeo …

… rouba a cena na final do Campeonato Pernambucano

Na primeira partida da história país com uso da tecnologia para checagem de lances capitais, o árbitro de vídeo, Péricles Bassols, foi exigido no último lance do jogo

Foto 1:Árbitro de vídeo chamou a atenção no jogo
Foto 2: Cuidados para que imagem não ficasse encoberta pela bandeira
By Aldo Carneiro (Pernambuco Press)
Cerca de seis minutos. Foi esse o tempo que o árbitro José Woshington da Silva chegasse a um consenso com o árbitro de vídeo, Péricles Bassols, na primeira interferência dessa espécie, no futebol brasileiro. A situação ocorreu quando um pênalti foi marcado, aos 48 minutos do segundo tempo, no duelo entre Sport e Salgueiro, pela final do Campeonato Pernambucano. Após apontar penalidade máxima, o árbitro foi chamado para conferir o lance e só após cerca de seis minutos, ele confirmou a marcação, que originou o gol do Carcará, que confirmou o empate em 1 a 1.

A responsabilidade de monitorar o jogo, em uma unidade móvel sob as arquibancadas da Ilha do Retiro, coube a Péricles Bassols, árbitro de 41 anos do quadro da CBF e de Pernambucano. Acompanhado por representantes da Fifa e da CBF, ele tinha sete câmeras à disposição e contato direto com José Woshington da Silva, árbitro de campo.

O jogo se encaminhava para o final sem precisar do auxílio eletrônico, mas, com um toque de dramaticidade, no último lance da partida aconteceu um pênalti,do lateral-direito Raul Prata em cima do atacante Toty, do Salgueiro. O árbitro José Woshington marcou na hora.

Para decidir se mantinha a marcação, teve de consultar o recurso eletrônico. Primeiro comunicou-se com Bassols pelo ponto eletrônico. Depois, ele mesmo dirigiu-se à beira do gramado e viu as imagens do lance em um monitor.

Depois de cerca de seis minutos de contato com Bassols e checagem das imagens, Woshington foi até a área do Sport e confirmou o pênalti. O meia Jean Carlos bateu com categoria, empatou o jogo em 1 a 1. A próxima partida é no dia 18 de junho, em Salgueiro.

ESTRUTURA

Péricles Bassols (CBF/PE) ficou em uma unidade móvel, um caminhão de transmissão, situada sob as arquibancadas da Ilha do Retiro. Ele teve imagens de sete câmeras à disposição para verificar os lances do jogo. Além dele, estavam no local Manoel Serapião, instrutor e autor do projeto, representante da CBF, além do presidente do Comitê de Arbitragem da Conmebol, Wilson Seneme; o chefe do Departamento de Arbitragem da CBF e coordenador do projeto do árbitro de vídeo no Brasil, Sérgio Corrêa; e o chefe do Setor de Futebol do International Football Association Board (IFAB), o alemão Dirk Schlemmer.

AAV: os bastidores….

… da estreia nacional do árbitro de vídeo, na Ilha do Retiro

 Pernambucano 2017, final: Sport 1x1 Salgueiro. Foto: Fernando Torres/CBF

O árbitro de vídeo foi utilizado pela primeira vez no país no jogo de ida da final do Campeonato Pernambucano de 2017. Embora a consulta tenha sido feita, de fato, aos 49 do segundo tempo, a cabine de análise, numa estrutura móvel fora da Ilha, checou outros lances, segundo a CBF. No caso, saídas de bola pela linha de fundo e lateral, impedimentos e falta na entrada da área. Certas ou erradas, nenhuma delas teve intervenção, até o pênalti.

Na cabine fechada, um operador de replay e um técnico, além dos quatro integrantes para a análise, os chefes de arbitragem da CBF e da Conmebol, o representante da Ifab, órgão que regulamenta as regras do futebol, e o “árbitro de vídeo” escalado. Vamos aos depoimentos de personagens-chave da partida, que terminou com o empate em 1 x 1 entre Sport e Salgueiro. No fim, assista ao vídeo do lance, que não foi a imagem consultada, uma vez que a equipe teve acesso às imagens produzidas por câmeras exclusivas.

José Woshington (árbitro da partida)
“Nós entendemos que a bola foi pênalti. Então, (o vídeo) foi mais um elemento para confirmar a nossa marcação dentro de campo. Foi muito satisfatório você já sair de campo sem aquela preocupação em saber que uma equipe foi prejudicada por um erro seu.”

Péricles Bassols (árbitro consultor na cabine)
“De acordo com o protocolo aprovado pela Fifa, o árbitro de vídeo só deve interferir, indicando que a marcação precisa de mudança, quando o lance não depende de interpretação, ou seja, fica nítido que o árbitro principal, de campo, está cometendo um erro. Como as imagens não nos mostraram isso, reforcei para o Zé (José Woshington) que ele próprio deveria olhar os replays no campo e checar. Fez isso e manteve o pênalti.”

Dirk Schlemmer (chefe internacional da Ifab)
“A equipe seguiu o protocolo e atuou, exatamente, como determinado pelos procedimentos acordados. Precisamos ajustar alguns elementos, como o tempo levado para a revisão, mas o que vi nos deixa muito satisfeitos com a demonstração do Brasil.”

Ney Franco (técnico do Sport)
“Ali dentro do campo, já tínhamos a impressão de que não foi pênalti. Agora, na televisão, vimos claramente que não foi. Lamentavelmente, o árbitro errou duas vezes, na partida e no vídeo.”

Evandro Guimarães (técnico do Salgueiro)
“Estava tranquilo. Eu disse que, se foi pênalti, vai ser dado. Se não, eles vão olhar e revisar. O que quero é que o jogo seja justo.”

http://blogs.diariodepernambuco.com.br/esportes/2017/05/08/os-bastidores-da-estreia-nacional-do-arbitro-de-video-na-ilha-do-retiro/

Com uso de árbitro de vídeo…

André marcou para o Leão, mas mandantes sofreram empate no fimFoto: Arthur Mota

Momento histórico no futebol brasileiro. Pela primeira vez na América Latina um jogo foi definido com influência do “árbitro de vídeo”, em pênalti marcado já nos descontos da partida. Com isso, o Sport empatou em 1×1 com o Salgueiro e deixou tudo em aberto para o segundo e decisivo duelo, marcado para acontecer apenas no dia 18 de junho, no Cornélio de Barros. Na atual fórmula do Estadual, não existe o critério do gol qualificado, marcado fora de casa. Portanto, empate por qualquer resultado leva a decisão para os pênaltis.

A maratona de jogos expôs um certo cansaço no Sport, sem aquele “clima de decisão” no olhar dos rubro-negros. Talvez por isso, o jogo demorou a engrenar. Com um sistema defensivo forte e compacto, o Salgueiro controlava as investidas leoninas. A primeira chance veio aparecer apenas aos 25 minutos, quando Mondragon tirou com a ponta do dedo um chute rasteiro de Everton Felipe. Dois minutos depois veio a explosão na Ilha do Retiro. Após cabeçada de Rithely, o goleiro salvou como pode e a bola sobrou para André, cheio de confiança, mandar uma bomba para abrir o placar: 1×0.

Na segunda etapa, o Leão continuava com mais volume de jogo, mas também sem poder de penetração. Assim, a primeira oportunidade surgiu de bola parada. Em escanteio batido por Everton Felipe, Durval subiu sozinho e obrigou Mondragon a fazer grande defesa. O lamnce acordou o Carcará, que aos 12 perdeu chance incrível com Luís Eduardo sozinho e aos 19, com William Lira acertando o travessão de Magrão. Aos 49, o lance polêmico e decisivo. Após Raul Prata derrubar Toty, o árbitro José Woshington deu pênalti. Para ter a certeza, foi consultar o vídeo e demorou cinco minuitos para tomar a decisão de confirmar a penalidade. Na cobrança, Jean bateu firme e deixou tudo igual. Decisão aberta para o Sertão.

SPORT 1

Magrão; Samuel Xavier (Raul Prata), Henríquez, Durval e Mena; Fabrício, Ronaldo e Rithely (Fábio); Everton Felipe (Lenis), Rogério e André. Técnico: Ney Franco

SALGUEIRO 1

Mondragon, Tamandaré, Luiz Eduardo, Ranieri e Daniel; Rodolpho Potiguar, Moreilândia, Toty e Valdeir; Álvaro (Jean) e William Lira. Técnico: Evandro Guimarães

Local: Ilha do Retiro (Recife). Árbitro: José Woshington da Silva (PE). Assistentes: Marlon Rafael Gomes e Fabrício Leite Sales (PE). Gols: André (aos 27 do 2ºT) e Jean (aos 55 do 2ºT). Cartões amarelos: Samuel Xavier, Matheus Ferraz, Rogério Raul Prata e Rithely (Sport). Mondragon (Salgueiro). Público: 22.757 Renda: R$ 501.165,00.

 

http://www.folhape.com.br/esportes/sport/sport/2017/05/07/NWS,26701,66,548,ESPORTES,2191-COM-USO-ARBITRO-VIDEO-SALGUEIRO-ARRANCA-EMPATE-FIM.aspx

ESTREIA HISTÓRICA NA ILHA DO RETIRO

Árbitro de vídeo: recurso ajuda a ratificar pênalti

 08/05/2017 às 11:41 | Assessoria CBF

Sport 1 x 1 Salgueiro. A primeira vez do uso da tecnologia do árbitro de vídeo no futebol brasileiro está registrada na história. Neste domingo (7), o jogo de ida da Final do Campeonato Pernambucano contou com o recurso inédito, que já foi aproveitado para definir um lance capital do confronto.

Aos 48 minutos do 2 tempo, José Woshington da Silva (árbitro principal) indicou pênalti para o Salgueiro. Neste momento, Fabrício Sales (assistente 2) sugeriu pelo rádio que a jogada fosse revista, pois tratava-se de uma grande decisão. O árbitro, então, fez o sinal em forma de tela, gesto previsto pelo protocolo para indicar que haveria a revisão.

Dentro da unidade móvel, o árbitro de vídeo Péricles Bassols (CBF/PE), por intermédio do operador, apresentou a Woshington o lance pedido por ângulos diferentes. Como não era uma questão inequívoca para nenhum dos lados (foi ou não pênalti), a marcação dependia da interpretação do árbitro principal. Ele usou a tecnologia, conferiu o replay no monitor disponível ao lado do gramado – no tempo normal do movimento e em câmera lenta – e confirmou a penalidade.

– De acordo com o protocolo aprovado pela FIFA, o árbitro de vídeo só deve interferir, indicando que a marcação precisa de mudança, quando o lance não depende de interpretação, ou seja, fica nítido que o árbitro principal, de campo, está cometendo um erro. Como as imagens não nos mostraram isso, reforcei para o Zé (José Woshington) que ele próprio deveria olhar os replays no campo e checar. Fez isso e manteve o pênalti – explicou Bassols.

Para o chefe do Setor de Futebol do International Football Association Board (IFAB), Dirk Schlemmer, a experiência foi positiva e mostra que o árbitro de vídeo é um caminho novo que o mundo do futebol está desbravando.

– A equipe seguiu o protocolo e atuou, exatamente, como determinado pelos procedimentos acordados. Precisamos ajustar alguns elementos, como o tempo levado para a revisão, mas o que vi nos deixa muito satisfeitos com a demonstração do Brasil – afirmou o alemão, que recebeu da CBF todos os arquivos com as imagens utilizadas durante o jogo.

O chefe do Departamento de Arbitragem da CBF e coordenador do projeto do árbitro de vídeo no Brasil, Sérgio Corrêa, aprovou a estreia da tecnologia como influenciadora e elogiou a postura dos árbitros envolvidos.

– Não seria fácil atuar em um jogo desses, uma final de campeonato, sabendo que tratava-se de um dia histórico para o futebol brasileiro e mundial. Tanto a equipe de campo quanto a da unidade móvel atuaram dentro do protocolo e isso nos traz muita satisfação, pois é uma ideia que nasceu no Brasil – ressaltou Sérgio, que acompanhou a partida ao lado do gramado.

AV reviu vários lances

Supervisionado por Manoel Serapião Filho, instrutor e autor do projeto do AV, com o apoio institucional da Comissão de Arbitragem da CBF e da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (ENAF), Péricles Bassols reviu vários outros lances no centro de vídeo: saídas de bola pela linha de fundo e lateral, impedimentos e falta na entrada da área, entre outros. Porém, nenhum dessas marcações, independentemente de certas ou erradas, mereceu intervenção direta porque não terminou em gol.

– Estamos há dois anos no esforço contínuo para possibilitar a realização de hoje (domingo). Sabemos que ajustes são necessários, que a evolução é gradativa, mas não dá para esconder o orgulho pelo ineditismo do futebol brasileiro – destacou Serapião.

Além de Bassols, Serapião e Dirk, estavam no centro de imagem do AV o operador de replay, um técnico para eventuais reparos emergenciais, e o presidente do Comitê de Arbitragem da Conmebol, Wilson Seneme.

– Existe a intenção de uso do árbitro de vídeo nas competições da Conmebol e o que acompanhamos serviu como uma demonstração histórica de que a tecnologia pode ajudar a arbitragem do futebol – avaliou Seneme.

Nesta segunda-feira (8), a equipe envolvida reúne-se, em Recife, para uma análise de todas as fases do processo executado antes, durante e depois do evento.

Nomes gravados na história

O quarteto de árbitros de campo que trabalhou em Sport x Salgueiro saiu por sorteio, como determina o regulamento do Campeonato Pernambucano 2017. Todos são naturais do estado e fazem parte do quadro de árbitros da CBF/FPF: José Woshington da Silva, 29 anos, de Carpina (PE), foi o árbitro principal; Marlon Rafael Gomes de Oliveira, 30 anos, de Paulista (PE), o assistente 1; Fabrício Leite Sales, 30 anos, de Camaragibe (PE), o assistente 2; e Gleydson Ferreira Leite, 40 anos, de Jaboatão dos Guararapes (PE), o assistente de revisão.

Lances capitais

O projeto brasileiro, que se tornou mundial após incorporação pelo IFAB, aponta que o AV não atua em todas as dúvidas que possam surgir em campo. As informações são passadas ao árbitro principal em quatro situações:

– Foi gol / Não foi gol
– Foi pênalti / Não foi pênalti
– Cartão vermelho direto indevido
– Identificação errada do jogador punido.

http://www.cbf.com.br/noticias/arbitragem/arbitro-de-video-recurso-ajuda-a-definir-penalti#.WSBh5GjhDIU

Péricles, o primeiro árbitro de vídeo

APOIO TECNOLÓGICO AO ÁRBITRO PRINCIPAL

07/05/2017 às 12:27 | Assessoria CBF

Péricles Bassols será o primeiro árbitro de vídeo

Está definida a equipe que vai trabalhar em Sport x Salgueiro, neste domingo (7), a primeira partida com uso da tecnologia para checagem de lances capitais da história do futebol brasileiro. Péricles Bassols (CBF/PE) será o primeiro árbitro de vídeo (AV) a atuar em um jogo oficial no país. Na unidade móvel do AV, que ficará sob as arquibancadas da Ilha do Retiro e contará com as imagens de sete câmeras, ele terá a supervisão de Manoel Serapião, instrutor e autor do projeto, que teve o apoio da Comissão de Arbitragem da CBF.

Também ficarão dentro da estrutura de tecnologia para acompanhar os detalhes o presidente do Comitê de Arbitragem da Conmebol, Wilson Seneme; o chefe do Departamento de Arbitragem da CBF e coordenador do projeto do árbitro de vídeo no Brasil, Sérgio Corrêa; e o chefe do Setor de Futebol do International Football Association Board (IFAB), o alemão Dirk Schlemmer, que chegou a Recife na noite deste sábado (6).

Experiência internacional

Péricles Bassols Pegado Cortez é carioca, tem 41 anos, e larga experiência como árbitro de futebol. Integrante do quadro da CBF pela Federação Pernambucana de Futebol, ele foi árbitro FIFA e apitou em Eliminatórias da Copa do Mundo, Copa Libertadores da América, Copa Sul-Americana, Campeonato Brasileiro, Copa do Brasil e campeonatos estaduais, incluindo finais no Rio de Janeiro, Bahia, Alagoas e Ceará. Péricles acompanha o projeto do árbitro de vídeo há um ano.

José Woshington da Silva é o arbitro principal

A definição do quarteto de árbitros de campo para Sport x Salgueiro saiu por sorteio, como determina o regulamento do Campeonato Pernambucano 2017. Todos são naturais do estado e fazem parte do quadro de árbitros da CBF/FPF: José Woshington da Silva, 29 anos, de Carpina (PE), será o árbitro principal; Marlon Rafael Gomes de Oliveira, 30 anos, de Paulista (PE), o assistente 1; Fabrício Leite Sales, 30 anos, de Camaragibe (PE), o assistente 2; e Gleydson Ferreira Leite, 40 anos, de Jaboatão dos Guararapes (PE), o assistente de revisão. Também está escalado Clóvis Amaral da Silva, 36 anos, de Recife, como assistente reserva.

Projeto brasileiro

O projeto do árbitro de vídeo é brasileiro e foi criado por Serapião, com o suporte institucional da Comissão de Arbitragem da CBF e da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (ENAF). O AV não atua em todas as dúvidas que possam surgir em campo. As informações são passadas ao árbitro principal em quatro situações:

– Foi gol / Não foi gol
– Foi pênalti / Não foi pênalti
– Cartão vermelho direto indevido
– Identificação errada do jogador punido.

http://www.cbf.com.br/noticias/arbitragem/pericles-bassols-sera-o-primeiro-arbitro-de-video#.WSBhnGjhDIU

CBF visita clubes da final

CONVERSA COM JOGADORES E COMISSÕES TÉCNICAS

07/05/2017 às 11:47 | Assessoria CBF

Árbitro de vídeo: CBF visita clubes da final

O primeiro jogo da história do futebol brasileiro com o uso do árbitro de vídeo (AV) será disputado neste domingo (7), 16h (Horário de Brasília), na Ilha do Retiro, em Recife (PE). Mas o trabalho da CBF e da Federação Pernambucana (FPF) para esta partida começou no início da semana, com instalação de equipamentos, treinamento específico com a equipe de arbitragem e ajustes para seguir o protocolo aprovado pelo International Football Association Board (IFAB). Neste sábado (6), boa parte do tempo foi dedicada a visitas às delegações que vão entrar em campo.

O chefe do Departamento de Arbitragem da CBF e coordenador do projeto do árbitro de vídeo no Brasil, Sérgio Corrêa; e o instrutor e autor do primeiro projeto para uso do árbitro de vídeo, Manoel Serapião, foram às concentrações de Sport e Salgueiro, onde realizaram workshops com jogadores e comissões técnicas dos clubes. Além de uma palestra com os detalhes do AV, foram exibidos vídeos com lances em que o recurso da tecnologia será ou não permitido.

Também acompanharam o trabalho de orientação o presidente do Comitê de Árbitros da Conmebol, Wilson Seneme, e o diretor de Competições da FPF, Murilo Falcão. Os clubes abriram as portas de suas respectivas concetrações e todos os jogadores e integrantes das comissões participaram, interagindo com perguntas e apoiando o projeto. Sport e Salgueiro disputam, neste domingo, a primeira partida da final do Campeonato Pernambucano 2017.

Projeto brasileiro

O projeto do árbitro de vídeo é brasileiro e foi criado por Serapião, com o apoio da Comissão de Arbitragem da CBF e da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol (ENAF). O AV não atua em todas as dúvidas que possam surgir em campo. As informações são passadas ao árbitro principal em quatro situações:

– Foi gol / Não foi gol
– Foi pênalti / Não foi pênalti
– Cartão vermelho direto indevido
– Identificação errada do jogador punido.

http://www.cbf.com.br/noticias/arbitragem/arbitro-de-video-cbf-visita-clubes-da-final#.WSBhbWjhDIU