Aos 36 anos, Dewson Freitas já é considerado um dos maiores árbitros do Brasil. No segundo ano no quadro da FIFA, o paraense vive o grande momento da carreira. Durante os últimos cinco dias, ele participou do curso de capacitação do Árbitro Assistente de Vídeo (VAR) e mostrou muita dedicação e empenho para aprender a usar a tecnologia.

Em entrevista ao site da CBF, Dewson fez um balanço da carreira. Nascido em Belém, o árbitro iniciou a conversa falando sobre a emoção de chegar ao quadro internacional.

– Sou muito grato a Deus por ter me dado esse dom. Lá na infância eu ainda não tinha essa dimensão do que é ser um árbitro de futebol. Todas as responsabilidades, os pilares… E chegar ao quadro internacional só foi possível porque consegui apresentar um diferencial. Sou muito grato a Deus por iluminar esse caminho. É um trabalho que requer muitos anos de dedicação, estudos, mas não podemos deixar de pontuar a base da estrutura. Meu principal pilar é a minha família, me dá a sustentação para chegar e fazer bons jogos, uma boa viagem, um bom evento, como estamos finalizando aqui o do VAR agora… Então, o importante é conseguir focar e ter os pés no chão sempre – destacou.

Com todo o sucesso, Dewson virou uma personalidade do esporte em Belém. Inspirados nele, muitos jovens passaram a ter interesse e procuraram a Escola Paraense de Arbitragem com o objetivo de ingressarem no ofício. O árbitro mostra muito orgulho por servir de exemplo.

– A procura (pela escola de arbitragem) está sendo muito grande. Não tem nem mais turmas por agora! É um orgulho, me sinto muito feliz por estar passando essa visibilidade, não só para o Estado, mas para as pessoas também, mostrando que você mesmo sendo simples, humilde, tem sim o seu valor. Venho conseguindo mostrar que tudo é possível. Basta você querer, você buscar, e sempre procuro passar que você pode chegar. Só depende da sua vontade e de procurar fazer as coisas da forma correta – acrescentou.

Todo este prestígio de Dewson na sua Terra Natal não existe apenas pelo sucesso, mas ocorre também pelo fato de que ele é o primeiro árbitro do Pará no quadro da FIFA desde 1950. Antes dele, apenas Gilberto de Almeida Rego, na Copa do Mundo de 1930, e Alberto da Gama Malcher, que apitou a Copa de 1950, representaram o Estado na arbitragem internacional. A dupla, no entanto, atuava por outras federações. Dewson confessa que já recebeu convites, mas conta que traçou um objetivo: atuar em um Mundial como representante da Federação Paraense.

– Me emociono até quando falo sobre isso. É o sonho de qualquer árbitro fazer uma Copa do Mundo. Sou muito grato ao Sérgio Corrêa, serei grato pelo restante da minha vida, por ele ter apostado em mim, e sou o primeiro árbitro do Norte do Brasil, saindo das minhas raízes, mantendo a Federação, a ingressar no quadro internacional. Fiz questão de continuar no meu Estado. Tracei o objetivo de conquistar o tão sonhado escudo da FIFA. Consegui no ano de 2015, teve uma grande repercussão e fiquei muito feliz. Estou passando por um momento muito bom, de amadurecimento, e hoje enxergo que estou bem mais maduro do que quando fiz o meu primeiro curso, lá atrás, na Granja Comary. Essa evolução é muito importante para o árbitro de futebol. É preciso ter atitude – finaliza.