‘Sem vídeo não tem mais jeito’, assume diretor de arbitragem da CBF
O presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, Sergio Corrêa, que foi alvo de diversas críticas por parte de Peter Siemsen, presidente do Fluminense, na última quarta, disse relevar a opinião do dirigente tricolor, que se mostrou irritado com a postura da arbitragem após a primeira semifinal contra o Palmeiras. Diante das crescentes polêmicas, o diretor afirma que não há mais meios de impedir a utilização dos vídeos para ajudar na tomada de decisão dos árbitros.
Em entrevista ao SporTV nesta quinta, na sede do prédio da CBF, Corrêa ressaltou a necessidade de respeitar os árbitros independentemente das falhas e até brincou com as reclamações que lhe tem sido passadas. “O trabalho e o investimento têm sido feitos na arbitragem. Chegamos a um ponto no futebol em que o árbitro, sem ter vídeo, não tem mais jeito. Entendemos o momento e a revolta”, ponderou. “Só sendo Jesus Cristo para resolver todas essas reclamações”, completou, em tom descontraído.
Se, por um lado, relevou a posição de Peter Siemsen, que “estava de cabeça quente”, o maior responsável pela arbitragem no futebol brasileiro reforçou a necessidade de se respeitar as decisões da arbitragem, apesar de reconhecer que o olho humano já não suporta tamanho nível de detalhe nas jogadas. “O ser humano que está ali não tem mais condições de decidir com a precisão que as pessoas querem. Mas tem que respeitar. Estamos falando de seres humanos e não de seres perfeitos”, declarou.
Sobre o requerimento enviado a International Board, órgão internacional que regulamenta as questões pertinentes à arbitragem, para a utilização de imagens pelos árbitros, Corrêa confirmou que um parecer mais concreto é aguardado até o mês de março, mas que até lá o futebol brasileiro precisará controlar as reclamações.
“Já foi encaminhado e falado. Eles sinalizaram que vão autorizar o Brasil a fazer um experimento. Mas até março, data limite para um ‘ok’, será preciso respeitar o ser humano, a pessoa que está ali trabalhando sozinha para o bem do futebol”, argumentou, defendendo a classe dos árbitros.