O primeiro ano – 1981

Sérgio Corrêa da Silva, nascido em Guaratinguetá, interior de São Paulo – SP, num sábado do dia 30 de maio de 1959. Segundo filho de seis, cujos bisavós são oriundos de San Pedro Castañero, um povoado situado no município de Castropodame, comarca de Bierzo, na província de León, Espanha. Os bisavós Roman e Hilária deixaram o país durante o regime autoritário de Francisco Franco. Os pais Dico (1931 – 2003) e Eunice (40), os irmãos: Laura (58), Pércio (60), Lúcia Helena (61) (im memória), Celeste (64) e Marcelo (72).

Na mesma cidade morei e estudei até o ensino médio e, em 1978, antes de ir para universidade ingressei na Força Aérea Brasileira. Depois de 4 semestres me graduei e fui designado para servir a nação, no Parque de Material Aeronáutico de São Paulo, organização militar fabril. Sempre no mesmo setor (Subdivisão de Engenharia) trabalhei até passar para a reserva em 2005, Como fui para o batente aos 14 anos, somei os tempos da iniciativa privada e passei para reserve em 2005.

No primeiro mês do ano de 1980 cheguei a metrópole paulista com a imagem feita pelo velho Dico: “è uma cidade que serve apenas para quem gosta de trabalhar!”

Lá chegando, depois de me instalar numa república com seis companheiros de farda, tomei três providências que traçariam toda minha trajetória. Com apenas 21 anos me apresentei no Parque Aeronáutico, procurei o curso Etapa,, ao lado do metrô São Joaquim, visando o vestibular e, considerando ser próximo da sede da Federação Paulista, avenida Brigadeiro Luis Antonio, 917, apenas para conhecer o Museu “Paulo Machado de Carvalho”, inaugurado em 17 de novembro de 1975.

Quem me recepcionou no acanhado Museu foi o conhecido e respeitado jornalista Mauro Pinheiro [1], um apaixonado pela história do futebol.

Um ano depois, lendo a revista Placar (692, de 26 de agosto de 1983), em sua página 51, o assessor de imprensa da Federação Paulista de Futebol, Fausto Camunha, em uma entrevista a disse que a “Federação tem um carinho especial pelo museu”.

Na edição além de uma critica que não poderia ser rebatida, pois o jornalista faleceu em 25 de janeiro de 1982, o que extrai foi que a maior parte das obras da biblioteca foi doada pelo reconhecido jornalista Mauro Pinheiro

No mesmo prédio tomei conhecimento da existência da Escola de Árbitros que anos depois receberia o nome de “Flávio Iazzetti” [2]. Lá chegando, conheci o diretor, Sr. Dirceu Fernandes, e conversamos sobre futebol e a arbitragem. Encantado me despeço e ele pediu que deixasse registrado um contato para quando as inscrições fossem abertas.

Foi um dia especial em que a chama da paixão pela arbitragem brotou. Neste dia conheci o museu, local em que se perpetua a memória e isto explica a minha luta por tornar visível a figura do árbitro de futebol, como, também, a escola de árbitros, base fundamental para abrir outras possibilidades para desenvolvimento de qualquer pessoa e nação.

Retornei para o Campo de Marte e dediquei-me a atividade principal, certo de que seria informado da abertura das inscrições da escola de árbitros….

O tempo passou e chegou o segundo semestre sem qualquer contato. Aproveitei para uma uma nova visita e lá chegando tomei conhecimento de que a aula inaugural seria realizada. Falei com o diretor. Este lembrou-se, pediu desculpas e enfaticamente disse: se quer iniciar o curso vá neste consultório médico e traga um atestado de aptidão para atividades físicas…. O que fazer? Deixar para o ano seguinte?

Não se perde esta oportunidade.. De pronto corri e fui atendido por outra saudosa figura do futebol, o Dr. Osmar de Oliveira [3], após a consulta emitiu o atestado e retornei a tempo e hora para assistir a primeira aula da Escola de Árbitros, da Federação Paulista de Futebol, cujo presidente era Nabi Abi Chedid.

Cada aula, uma regra e uma personalidade diferente da arbitragem brasileira…..

Claro que não iremos detalhar as aulas, mas apenas as passagens inesquecíveis dos instrutores e dos companheiros de turma que mereçam um registro. Tem cada passagem!!!  


Vamos em frente e até qualquer dia!


[1] Mauro Pinheiro (1925-1982), O “Senador”, comentarista do “Escrete do Rádio”, da Rádio Bandeirantes. Faleceu em 25 de janeiro de 1982, aos 57 anos. O jornalista foi homenageado, com o ginásio do complexo esportivo do Ibirapuera levando seu nome. Mais detalhes: http://www.ultimadivisao.com.br/mauro-pinheiro-o-eterno-senador/

[2] Flávio Iazetti (1916-1990) – Um dos mais importantes jornalistas de todos os tempos. Nasceu no dia 18 de agosto de 1916. Começou sua carreira em 1938, já no ano seguinte criou o jornal O Esporte onde ficou até 1960. Em 1961 chegou à Gazeta Esportiva onde permaneceu até o seu falecimento. Atuou na rádio Panamericana e nas tevês Record e Gazeta. Foi um dos fundadores da ACEESP. Com Paulo Machado de Carvalho e Ary Silva, fundou a Escola de Árbitros da FPF que hoje leva o seu nome, por resolução e homenagem póstuma. Foi auditor e secretário do TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) da Federação Paulista de Futebol. Com os jornalistas Ary Silva e Paulo Planet Buarque, mais o técnico Vicente Feola, integrou a comissão que elaborou o “Plano Paulo Machado de Carvalho”, que levou o Brasil ao seu primeiro título mundial em 1958 na Suécia. Faleceu em 9 de março de 1990, aos 74 anos.

[3] Osmar de Oliveira (1943-2014), Na foto em destaque no post foi um dos maiores especialistas em Medicina do Esporte, trabalhou no Corinthians, de 1969 a 1977, cobriu nove Copas, oito olimpíadas e seis jogos Pan-Americanos. Faleceu em 11 de julho de 2014, aos 71 anos.

 

 

Dos gramados aos gabinetes…

Sérgio Corrêa, como tudo começou?

Para responder resolvi escrever nossa trajetória na arbitragem paulista e brasileira desde a Escola de árbitros….

Muitos me perguntam como tudo começou….

E para responder resolvi escrever a trajetória na arbitragem paulista e brasileira desde a escola de árbitros da arbitragem da Federação Paulista de Futebol.

Os que participaram deste período poderão relembrar muito do que aqui deixarei registrado. Os que não acompanharam ou desconhecem os bastidores terão esta oportunidade de maneira oficial, sem distorções, omissões ou exageros. Tão somente a verdade vivida desde o início, em 1980…

Pretendo criar uma narrativa imersiva, contando aos interessados de forma tal como se estivessem juntos. Darei detalhes para que possam imaginar e sentir da forma como senti, usando uma linguagem que mostre ações, resultados, objetivos alcançados ou frustrados.

Procuro sempre detalhar todas as atividades, fases, necessidades etc no sentido de que os resultados sejam aqueles que foram projetados…

Projeto do Livro: Sua Senhoria, o Árbitro (provisório).

Este projeto está dividido em duas partes: A História da Arbitragem no Brasil e a nossa trajetória.

O conhecido jornalista e escritor assisense Marcos Barrero, se dispôs a ajudar nesta missão, com a seguinte estrutura:

A primeira parte irá traçar um panorama da arbitragem no país desde o pioneiro Charles Miller até o momento atual, em ordem cronológica.

A segunda parte demonstra a evolução da nossa carreira na arbitragem, em várias etapas, divididas em cinco capítulos:

No Gramado, Tempos Sindicais, Época da FPF, Na CBF e Case Árbitro de Vídeo.

A ideia central da obra é fundir a história da arbitragem no Brasil com nossa evolução pessoal e profissional, através de um relato linear de sua trajetória, relembrando casos interessantes, fatos, cidades e pessoas que marcaram determinados períodos de sua trajetória na arbitragem.

A elaboração do livro terá como principal linha o nosso depoimento, entrevistas com personalidades que foram presentes em nossa carreira e vida ao longo do tempo.

Haverá a reconstituição de histórias marcantes, mas também de fatos aparentemente banais, mas relevantes. Desse modo, como contraponto aos dados estáticos e estatísticos, pontificarão historinhas saborosas de bastidores lembradas por um e outro colega com os quais convivemos nas várias etapas de sua trajetória.

As histórias serão acompanhadas da descrição de lugares, cidades e pessoas, humanizando ao máximo o relato e, ao mesmo tempo, tornando-o agradável e de fácil leitura.

Primeira Parte – A história da arbitragem no Brasil

Um panorama da arbitragem no Brasil desde Charles Miller até a atualidade.

As etapas, a evolução e as transformações da arbitragem.

As regras e as mudanças.

Os grandes momentos, os nomes mais destacados.

Os pioneiros, os destaques do Bre Rio de Janeiro e São Paulo.

Juízes de outros Estados.

Os juízes estrangeiros.

Segunda Parte – A nossa trajetória

Capítulo 1

No gramado

Árbitro estadual – 1981 A 2001

Árbitro nacional – 1989 A 2001

Capítulo 2

Tempos sindicais

Dirigente sindical no estado – 1990 – 1993 / 1996 – 2008

Dirigente sindical nacional – 1997 – 2003

Capítulo 3

Época da Federação Paulista de Futebol

Comissão Estadual de Arbitragem – 2005

Escola de Árbitros Flávio Iazzetti – 2005 – 2007 – Secretário-Geral

Capítulo 4

Na Confederação Brasileira de Futebol – CBF

Comissão de Arbitragem – CBF – 2005 – 2007 – Secretário-Geral

Comissão de Arbitragem – CBF – – 2007 – 2012 / 2014 – 2016 – Presidente

Chefe do Departamento de Arbitragem – 2012 – 2014 – Primeira passagem

Diretor-Presidente da Escola Nacional de Arbitragem – CBF – 2013 – 2014

Capítulo 5

O case Árbitro de Vídeo – 2015

(toda história)

Chefe do Departamento de Arbitragem – CBF – 2016

Líder do Projeto do Árbitro Assistentes de Vídeo – CBF – Desde 2015.

 Será uma viagem no tempo!!!!


Vida que segue e até qualquer dia!