Chefe de arbitragem da CBF repudia francês: “Aqui seria suspensão imediata”
Sérgio Corrêa comenta agressão de juiz a brasileiro na França e diz não se lembrar de ter visto lance parecido em campeonatos de primeira divisão. “De um árbitro se exige tudo, inclusive equilíbrio”
Por Guilherme Oliveira, Rio de Janeiro
O chefe do departamento de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa, comentou nesta terça-feira a agressão do árbitro francês Tony Chapron ao zagueiro Diego Carlos, do Nantes, no úlltimo domingo. Segundo Corrêa, se o juiz fizesse parte do quadro brasileiro, teria sido suspenso antes mesmo de o jogo terminar. A mesma medida foi tomada, mas só que no dia seguinte, pela Federação Francesa de Futebol. O comunicado informa que a suspensão continuará “até uma nova ordem”.
– Aqui seria suspensão automática e imediata – disse Sérgio, com ar de reprovação.
Chefe do departamento de arbitragem da CBF, Sérgio Corrêa comentou o lance inusitado do árbitro francês (Foto: Lucas Figueiredo/CBF)
Após ser atingido de forma não intencional pelo atleta brasileiro, durante o confronto entre Nantes e Paris Saint-Germain, Chapron, já caído, chutou e depois mostrou o segundo cartão amarelo para o zagueiro do Nantes. Após a repercussão e a suspensão, o francês pediu desculpas.
– Quero apresentar as minhas desculpas a Diego Carlos por esta atitude. Em um reflexo ruim, estiquei minha perna para o jogador. Um gesto desajeitado, que foi inadequado – admitiu o árbitro em entrevista à AFP.
Tony Chapron mostra o cartão vermelho para o brasileiro do Nantes (Foto: Loic Venance/AFP)
Nesta terça-feira, em evento que condecorou 28 profissionais da arbitragem brasileira com o distintivo da Fifa, o polêmico lance foi assunto nos bastidores. Para o gaúcho Anderson Daronco, Tony Chapron reagiu de maneira totalmente equivocada, talvez, movido pelo sentimento de vergonha.
– Quando um árbitro acaba caindo no chão, muitas vezes é a alegria da torcida. É uma situação de deboche e o árbitro acaba numa situação de vergonha. Ele passa por um sentimento muito ruim nesse momento. Talvez isso o levou a tomar aquela atitude que foi totalmente desnecessária – disse na sede da CBF.
Entre os profissionais que receberam a insígnia da Fifa, quatro estão pré-selecionados para a Copa do Mundo da Rússia. Os árbitros Sandro Meira Ricci e Wilton Sampaio, e os assistentes Emerson Carvalho e Marcelo Van Gasse. Por ondem da entidade maior do futebol, nenhum deles pode conceder entrevista até a escolha final dos nomes para o Mundial.