Eu acredito!

Sérgio Corrêa: “eu tenho que acreditar na palavra dos árbitros”

sergio-correia

21/09/2015

Um pênalti, uma expulsão, e foi aberta nova polêmica no Campeonato Brasileiro. O lance em que Zeca derrubou Vagner Love na área, aos 34 minutos do segundo tempo, deu início à vitória por 2 a 0 do líder Corinthians sobre o rival Santos. E também às reclamações do time da Vila Belmiro. Se Flávio Rodrigues Guerra acertou na marcação da penalidade, por outro lado se envolveu na confusão envolvendo a expulsão de David Braz, que não participou da jogada. O árbitro nega que tenha confundido os atletas, garantindo que o cartão vermelho foi aplicado em função de ofensas verbais.

Em entrevista ao programa “Seleção SporTV”, Guerra afirmou que foi avisado das ofensas pelo auxiliar Rogerio Pablos Zanardo. Apesar disso, admitiu que David Braz poderia não ter sido expulso caso Zeca fosse identificado como autor do pênalti. O zagueiro, por sua vez, nega ter faltado com respeito e se defende dizendo que o árbitro o apontou como responsável por cometer a falta no atacante corintiano – por isso “pagaria pelo erro” de tê-lo expulsado. Para o presidente da Comissão de Arbitragem, Sérgio Correa não há motivos para duvidar da palavra de Flávio Rodrigues Guerra.

– Acompanhamos a partida pela televisão, e pela TV é suposição, é achismo. Não vou fazer comentários em cima de imagens de TV. Tenho que acreditar nas pessoas. Eu tenho que acreditar nos árbitros. Temos a versão de um árbitro experiente, que trabalha nisso há vários anos. Como posso duvidar da palavra dele? Não tenho competência para dizer quem está falando a verdade ou não. O árbitro relatou a expulsão daquela forma, então tenho que acreditar. Se faltou com a verdade é consciência e responsabilidade dele. Vai da consciência de cada um. Na Copa do Mundo de 1998, Junior Baiano cometeu um pênalti no jogo contra a Noruega ao puxar a camisa de um adversário. Nenhuma imagem conseguiu flagrar a infração. O árbitro foi criticado e afastado do Mundial, mas depois ficou comprovado que a marcação foi acertada – disse Correa, referindo-se ao lance na vitória do Brasil por 2 a 1 sobre os noruegueses, na França.

Correa diz que o jogador que se sente injustiçado tem total liberdade para se dirigir ao árbitro, de forma respeitosa, e explicar uma determinada situação, mas reforça que a atuação de Guerra no clássico paulista não interferindo no resultado final. Segundo ele, mais uma vez estão culpando a arbitragem, pois a decisão principal no lance, a marcação do pênalti, foi acertada.

– A postura dele foi correta, pois marcou pênalti num lance com chance clara de gol. Mesmo assim, foi prontamente condenado. Todo mundo está achando que ele errou e mentiu. Vivemos num país democrático, e respeito quem acha que o árbitro errou. Nós queremos colaborar com a ética no futebol e partimos do princípio de que todos devem falar a verdade. Mais uma vez acho que as pessoas estão entrando no campo “achismo”. O jogador (Zeca) que comete a penalidade não se acusa e joga uma dúvida sobre o árbitro, que além de muito tranquilo e educado não é afobado.

Além de elogiar a conduta do árbitro, o presidente da Comissão de Arbitragem afirmou que o fato serviu para mostrar que não existe interferência externa no decorrer das partidas.

– Se tivesse isso, o árbitro logo saberia quem tinha cometido a penalidade. Neste caso, em vez de um, poderíamos ter dois jogadores expulsos no lance. Sempre orientamos para que nenhuma informação externa seja passada às equipes de arbitragem. O futebol tem que ser com acertos e erros dentro de campo, de preferência com mais acertos.

Fonte: Globo Esporte
Foto: Vicente Seda

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Autor: Sérgio Corrêa

Árbitro na Federação Paulista de Futebol (1981-2001) e da Confederação Brasileira de Futebol (1989 a 2001); Ocupou cargos administrativos no Sindicato dos dos Árbitros de futebol-SP, entre 1990-93 e 1996-03, Eleito e reeleito presidente para dois mandatos: o primeiro compreendido entre 03/02/2003 a 08/04/207 e o segundo, de 09/04/2007 a 08/04/2011. Deixou a função para assumir a presidência da CA-CBF. Pela Associação Nacional dos Árbitros de Futebol ocupou os cargos de secretário-geral, entre 25/10/1997 e 13/05/2003. Na Comissão de Arbitragem da CBF, foi secretário-geral entre 28/10/2005 e 06/08/2007. Nomeado presidente da CA-CBF em duas oportunidades, a primeira entre 07/08/2007 a 22/08/2012, e a segunda, de 13/05/2014 a 28/09/2016. Também foi diretor-presidente da Escola Nacional de Arbitragem de Futebol, entre 07/01/2013 a 12/05/2014. Chefiou o DA de 22/08/12 a 25/04/22 e liderou o projeto de árbitro assistente de vídeo junto a FIFA de 15/09/2015 a 25/04/2022. Retornei do Rio de Janeiro, em 28/04/2022. Missão cumprida !

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